28.8.07

Documenta 12: Iole de Freitas

O maior destaque brasileiro na Documenta é o trabalho da Iole de Freitas, artista mineira que mora no Rio, razoavelmente conhecida internacionalmente. Os trabalhos eram bem parecidos com os que ela apresentou em uma exposição individual no CCBB em 2005. 

Eu particularmente acho essa trabalho dela muito bonito, uma incrível mistura de 'equilíbrio, leveza e translucidez'. O link é para uma entrevista com ela feita pelo site da Deutsche Welle, que se auto-define como a "empresa internacional de comunicação da Alemanha".

O trabalho na Documenta ficou especialmente bonito porque também está exposto na fachada do museu, quase como uma continuação pela parede do trabalho do lado de dentro.

O trabalho ocupava uma sala bem grande onde estavam também pequenos trabalhos de outros 2 ou 3 artistas, inclusive esse (a foto está bem ruim!) da Mira Schendel (1919-1988), artista brasileira (mas nascida na Suíça) que eu gosto muito. Tinham alguns outros trabalhos dela espalhados pelas várias galerias da Documenta.


Abaixo algumas fotos (também não muito boas, fora a que eu 'roubei' na internet) do trabalho da Iole em Kassel.


27.8.07

Documenta 12: Romuald Hazoumé

Romuald Hazoumé é um artista plástico de Benim, oeste da África.



A última máscara é a minha favorita. 

Fim de semana

A Documenta é uma das mais importantes exposições de arte contemporânea do mundo. Ela acontece de 5 em 5 anos, na cidade de Kassel, aqui na Alemanha.


Dois dias é (quase) suficiente pra ver tudo (mas não para entender/absorver/digerir). E não é recomendável ir pra balada na noite anterior da viagem :-).

Grüne See


O lugar com a natureza mais bonita nos arredores de Frankfurt. 

Me disseram que é uma pedreira que foi inundada acidentalmente. E que é uma reserva, e portanto é proibido nadar lá. Eu fingi que não ouvi a última parte :-).

16.8.07

você está vivendo em uma simulação computacional?

"Esse artigo argumenta que pelo menos uma das seguintes proposições é verdadeira: (1) a espécie humana muito provavelmente será extinta antes de chegar a um estágio "pós-humano"; (2) é extremamente improvável que qualquer civilização pós-humana faça simulações da sua história evolucionária (ou variações disso); (3) nós quase com certeza vivemos em uma simulação computacional. Segue que a crença de que existe uma chance razoável de um dia nós nos tornarmos pós-humanos que fazem simulações sobre nossos ancestrais é falsa, a menos que nós estejamos atualmente vivendo em uma simulação. Também são discutidas algumas outras conseqüências desses resultados."


"This paper argues that at least one of the following propositions is true: (1) the human species is very likely to go extinct before reaching a “posthuman” stage; (2) any posthuman civilization is extremely unlikely to run a significant number of simulations of their evolutionary history (or variations thereof); (3) we are almost certainly living in a computer simulation. It follows that the belief that there is a significant chance that we will one day become posthumans who run ancestor-simulations is false, unless we are currently living in a simulation. A number of other consequences of this result are also discussed."


Esse é o resumo de um artigo que o filósofo Nick Bostrom, do Departamento de Filosofia da Universidade de Oxford, na Inglaterra, publicou há um tempo. Eu achei esse artigo ontem via esse site, onde eu assino o canal de filosofia da ciência.

A idéia de o universo onde a gente vive não ser real não é nova. Em O Mundo de Sofia, por exemplo, a personagem principal do livro um dia descobre que é a personagem principal de um livro. O filme Matrix também aborda o tema de pessoas vivendo em uma realidade virtual. 

A diferença principal dessa idéia para o filme, entretanto, é que nós não seríamos seres reais vivendo em uma realidade virtual, mas seres virtuais vivendo em uma realidade virtual. E a diferença principal entre ser um personagem em um livro ou um ser virtual em uma realidade virtual é a noção de que um ser virtual de fato pode ter uma consciência.

A idéia de um ser virtual que tem consciência, do ponto de vista teórico, é perfeitamente plausível. Nosso cérebro não é nada mais que um super-computador. E a idéia de que a gente um dia vai ter poder computacional para fazer essas simulações também não é absurda, dada a rapidez com que computadores têm evoluído. 

O problema mesmo é saber se o ser humano um dia vai ter conhecimento suficiente pra fazer simulações da nossa história evolucionária. Primeiro, porque a arquitetura do cérebro é muito diferente da arquitetura dos computadores que a gente produz, não sendo isso relacionado com quão rápidos os computadores são. O cérebro é milhões de vezes pior que um computador comum para fazer contas, por exemplo, mas absurdamente melhor em reconhecer pessoas. Segundo, é impossível provar que um programa de computador funciona perfeitamente, independente de quantos testes você faça.

Isso significa que, mesmo se nós formos de fato seres virtuais vivendo em um mundo virtual, a probabilidade de nós sermos exatamente como os seres ancestrais da raça que nos programou é bem pequena, se não inexistente.

E. para os pós-humanos que teriam feito o programa, as simulações frustariam tanto quanto a um visitante à Biblioteca de Babel de Borges procurando pela história da sua vida. Há uma probabilidade de que uma simulação seja exatamente como seus ancestrais, mas há uma outra simulação, onde apenas uma coisa ínfima foi modificada, que também pode perfeitamente ser exatamente como seus ancestrais. 

E para nós, acredito ser bastante indiferente o fato de vivermos ou não em uma realidade virtual, de existirmos apenas na memória de computadores ou não. A menos que alguém acidentalmente tropeçe no fio que estava ligando o computador na tomada :-).

coisas bonitas, simples e úteis

Acho que descobri o que quero fazer da vida.